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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cuidados com as Crianças


Verão, época de cuidados...
Saiba por que seus pais se preocupam tanto em protegê-lo do Sol !

A estação mais esperada pela garotada já chegou: o verão, tempo de sol e férias escolares. Nesse período, muitas crianças gostam de ir à praia ou à piscina brincar com amigos. Resultado: a pele fica vermelha como um pimentão e dias depois começa a descascar. Já aconteceu com você? A chegada do verão traz também a velha preocupação dos pais em proteger os filhos dos efeitos do Sol. Eles cismam, por exemplo, em limitar as brincadeiras à sombra dos guardas-sóis, em passar o protetor solar várias vezes e até em colocar uma camiseta. Pode parecer chato, mas você já parou para pensar nos motivos de toda essa preocupação? Por que se fala tanto nisso no verão?

A exposição exagerada e sem cuidados ao Sol é prejudicial à saúde e pode causar sérios problemas ao organismo. Queimaduras, envelhecimento rápido da pele, lesão nos olhos, desidratação, sardas e mesmo doenças mais graves, como o câncer da pele, são alguns exemplos. Isso ocorre porque, com a redução da camada de ozônio, os raios ultravioleta irradiados pelo Sol, atingem a Terra com maior intensidade. Esses raios, chamados UVA e UVB, podem ser nocivos à saúde. O câncer da pele é provocado por eles, que penetram em diferentes camadas da pele e provocam alterações nas células, que passam a se multiplicar de forma acelerada e desordenada. Se não for descoberta a tempo, a doença pode oferecer risco de vida.
Mas você não precisa deixar de se expor ao Sol. A exposição excessiva faz mal, mas por outro lado, a dosagem certa é uma aliada da nossa saúde. O Sol tem, por exemplo, a importante função de fixar a vitamina D em nosso organismo ou o cálcio nos ossos, para deixá-los mais fortes. Os médicos recomendam que se evite pegar sol no período das 10h às 16h, quando os raios ultravioleta são mais intensos.

As crianças devem utilizar um protector solar com a máxima protecção e colocá-lo de 2 em 2 horas, sendo importante que, para além do protector, use também uma t-shirt e um chapéu para uma protecção mais eficaz. Como as crianças raramente estão receptivas à colocação do protector pode sempre optar pelos protectores em spray. Especial atenção às zonas de maior exposição, como é o caso do nariz, bochechas, testa e lábios.


Os protectores solares devem ser escolhidos com algum cuidado, nomeadamente:
- não devem conter filtros químicos,
- devem ter uma fórmula fotoestável,
- devem ser resistentes à água,
- não devem ser fotossensibilizantes
- devem adaptar-se a pessoas atópicas

É importante usar regularmente o protetor solar, com fator de proteção (FPS) indicado para a sua pele. O protetor deve ser aplicado em casa 30 minutos antes da exposição ao Sol, sempre que sair da água e a cada duas horas de exposição contínua. Também é preciso ficar na sombra, usar chapéus e óculos de sol. Mas atenção! Ficar sob um guarda-sol é importante, mas não suficiente para se proteger, pois a radiação solar é refletida pela água, areia e concreto. E saiba que esses cuidados devem ser tomados durante o ano todo, pois os raios UVA e UVB continuam intensos mesmo no inverno ou em dias nublados. Proteger-se desde criança é fundamental para manter a saúde da pele. Estima-se que, até os 18 anos, a pessoa tem um tempo de exposição solar maior que no restante da vida. E os efeitos da radiação dos raios UVA e UVB são cumulativos, ou seja, os danos causados à pele podem aparecer só muitos anos depois. Portanto, bronzear-se aos poucos é mais saudável, natural, bonito - e duradouro.

Os adultos e as crianças devem beber muita água, enquanto permanecerem na praia para evitar a desidratação e não devem estar expostos demasiado tempo ao Sol.

Tanto os adultos como as crianças devem hidratar a pele após a exposição ao Sol, com um bom creme ou óleo de providencie à pele os nutrientes que perdeu ao longo de um dia de praia ou na piscina.

Curta o sol de forma inteligente e aproveite o verão!



Dica Especial
Crianças devem viajar sempre no banco traseiro. As pequenas devem ser transportadas em cadeirinhas apropriadas. A partir dos sete anos, as crianças podem usar cinto de segurança do banco traseiro
Gestantes devem usar o cinto, atado de maneira segura e conf
ortável; nem apertado nem frouxo demais.


E Boas Férias!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PEDOFILIA


No Rio, o animador de festas infantis Rogger Peixoto Lucas, de 40 anos, foi preso em novembro sob a acusação de usar sua atividade para aproximar-se de crianças, aliciá-las e cometer abusos sexuais. Algumas dessas crianças eram internas de um abrigo de meninas, onde ele realizava trabalho sociais. Um dia depois, foi a vez de o americano Andrew Kenneeth Grayg ser detido pela polícia fluminense. A acusação – pedofilia, praticada durante anos no seu país de origem, e a suspeita de que tenha seviciado crianças também aqui. Na semana anterior, o país horrorizou-se com uma série de crimes brutais praticados contra crianças no Paraná. Ao longo de 12 dias, quatro meninas foram mortas, não sem antes serem estupradas, por diferentes criminosos. Uma delas, a pequena Rachel Maria de Oliveira Genofre, de nove anos, foi violentada, estrangulada e teve o corpo deixado dentro de uma mala na rodoviária.

A sucessão de casos é apavorante, muitos deles com detalhes bizarros. Em Brasília, um graduado servidor do Senado Federal foi flagrado com imagens no seu computador onde aparece abusando sexualmente de bebês e crianças de até quatro anos de idade. Em São Paulo, um empresário de 32 anos abusava da própria filha de nove transmitia as cenas de sexo ao vivo, através de uma webcam, para centenas de outros pedófilos conectados ao seu programa de mensagens simultâneas.

Fragilidade – Os efeitos nas crianças vitimadas pela ação de pedófilos são avassaladores. “É aí que entra a importância da igreja. É lá que muitas famílias buscam ajuda”, destaca Débora Kornfield, autora do livro Vítima, sobrevivente, sofredor – Perspectivas sobre o abuso. Para a escritora, que também é missionária da organização Servindo Pastores e Líderes (Sepal), cuja editora publicou seu livro, é aí que reside um grande conflito: os líderes das igrejas geralmente não estão preparados para atender um problema tão complexo como o abuso sexual infantil. Para tentar dar respostas a este problema, ela ajudou a criar grupos de apoio às vítimas de abuso sexual nas igrejas evangélicas. “É necessário que os líderes desses grupos tenham um grande equilíbrio emocional e sejam dignos de confiança. As vítimas estão muito fragilizadas, seja pela circunstância atual ou mesmo por uma dolorosa recordação do passado”.

Seu envolvimento com tema começou quando se preparava para a conclusão de seu curso de pós-graduação em Assessoramento Familiar. “Em três meses, recebi 17 mulheres de igrejas evangélicas, que me relataram histórias de abusos na infância”. Foi quando se deu conta do tamanho do problema, que castigava também famílias evangélicas. “Muitos abusos tinham suas origens até mesmo dentro do ambiente das igrejas e com a família de líderes cristãos”, destaca. Débora também ouviu o outro lado, o do abusador. “Conheci um rapaz que, na adolescência, havia abusado de crianças. Ele jamais havia contado isso para ninguém, nem mesmo para sua mulher. Um dia, ele teve um colapso nervoso e precisou ser internado num hospital psiquiátrico. A culpa era intensa e, só após esse episódio, ele contou sua história”.

Mas as maiores marcas ficam mesmo nas pequenas vítimas. Que o diga a pedagoga evangélica Marisa Mello Mendes, vítima de abuso pelo próprio pai, quando tinha 11 anos. “Durante muitos anos, associei a imagem do pai como a sendo de um violentador. Foi quando Deus se revelou a mim como Pai, curando minhas feridas. É isso que procuro repassar para as crianças e jovens que nos procuram todos os dias”. Ela se refere à instituição que dirige, a Parábola, que funciona na cidade de São Paulo. A entidade é premiada internacionalmente e reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) por seu trabalho junto a jovens e crianças vitimas da violência. “São cerca de duas mil crianças atendidas todos os anos, e oitenta por cento delas têm histórico de violência sexual.” Marisa analisa os caminhos trilhados pelas vítimas: “Podem se tornar extremamente tímidas, ter problemas com obesidade, tendências depressivas e comportamento apático. Por outro lado, podem se tornar agressivas, desenvolver compulsão sexual e reproduzir a violência sofrida.” Marisa garante que, em 20 anos de experiência com casos de abusos de crianças, nunca encontrou um agressor sexual que não tenha sofrido a mesma violência na infância ou juventude.

Longa história de abusos - Logo após ser preso, há dez anos, por ter filmado, fotografado e mantido relações sexuais com crianças, o biólogo Leonardo Chain, que trabalhava como instrutor de acampamentos para crianças, defendeu-se de maneira insólita: “Na Grécia Antiga, a pedofilia era comum. Platão nunca foi condenado pelo que eu fiz”. O bizarro é que ele tinha razão. Tão antigo quanto a humanidade, o uso de menores para satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até mesmo incentivado na Grécia e no Império Romano. Na China, durante milênios, castrar meninos e vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legalizado. Conta-se até que Maomé, o profeta do Islã, tinha 53 anos quando casou-se com uma menina de apenas oito. Em casas européias de prostituição, eram celebres os leilões de meninas virgens que, depois de suas primeiras experiências sexuais, eram colocadas para viver nos prostíbulos. Os termos “meninas” ou “raparigas” denotam bem a idade precoce das prostitutas.

No mundo da literatura, o flerte entre arte e sedução muitas vezes saía da mera ficção. O escritor inglês Lewis Carrol (1862-1898), autor de Alice no País das Maravilhas, inspirou-se numa garotinha de 4 anos, chamada Alicia Lidll. O assédio dele pela menina era tão intenso que os pais da criança o proibiram de aproximar-se da filha. Já o romance Lolita, do russo Vladmir Nabokov (1899-1977), retrata a história de um padrasto europeu que se apaixonou pela enteada adolescente. Mais recentemente, o cineasta polonês Roman Polanski admitiu ter feito sexo com uma menina de 13 anos, quase trinta anos mais jovem que ele. Desde então, Polanski é considerado foragido pela polícia norte-americana.

Em artigo publicado pelo jornal carioca O Globo, o filósofo Olavo de Carvalho escreveu que “por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo – e praticamente ela só – que libertou as crianças desse jugo temível”.

Mundo perdido - Se no Brasil os pedófilos se esgueiram entre as conexões de internet e muitos casos envolvem raptos seguido de abusos contra crianças, em países como os Estados Unidos e a Holanda eles chegam a se organizar oficialmente. Na América, há uma associação gay conhecida como North American Man and Boy Love Association, a Nambla, cuja tradução literal já explicita as intenções: “Associação do amor entre homem e garoto”. A entidade conta com o apoio de intelectuais, como a polêmica escritora Camille Paglia, e já teve seus membros denunciados por participação em redes de pedofilias internacionais.

Na Holanda, a coisa vai além. Homologado pelo Tribunal Internacional de Haia em 2006, um grupo fundou um partido político assumidamente pedófilo. Com o singelo nome de Partido Para o Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade, a primeira meta proposta pelos pedófilos é apresentar um projeto legislativo que autorize crianças de 12 anos a manterem relações sexuais com adultos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Filhos no Poder



Como a falta de limites pode transformar os pimpolhos em tiranos

Não é preciso ser um especialista ou um entendido no assunto para afirmar, com toda a certeza, que a relação entre pais e filhos hoje não é mais a mesma como antigamente. E não é só isso que mudou. O consenso é geral, e não há como negar: o mundo já não é mais o mesmo. Alvin Toffler, autor dos best-sellers O Choque do Futuro e Terceira Onda, afirmou em uma de suas obras: “Tão profundamente revolucionária é esta nova civilização, que desafia todas as nossas velhas pressuposições”. Toffler parece ter acertado em cheio. Valores e conceitos que até então eram considerados sólidos e intransponíveis, hoje são relativos e sujeitos a visão de mundo e dos fatos de cada um. É nesse contexto que as crianças estão crescendo.

As razões
Segundo aponta os profissionais da área, o principal motivo porque muitos pais não impõem limites a fim de conter as crianças é a culpa. Porque passam a maior parte do dia fora de casa, acreditam que dizer “não” aos filhos pode ser prejudicial e injusto.
Além da culpa, o medo e a insegurança também parecem ser fatores que pesam aos pais ao impor limites. Muitos foram tão reprimidos e lhes impuseram limites tão severos, que cresceram com a idéia de que se disserem “não” aos filhos ou impor-lhes qualquer outro limite, isso vai prejudicá-los. O oposto também pode acontecer. Porque foram tão oprimidos e receberam uma educação tão severa, os pais tendem a repetir modelos, porque não sabem fazer outra coisa, ainda que involuntária e inconscientemente.

Os conflitos
Em muitos lares onde os pais não se entendem, impor limites é quase impossível, e a criança é a mais prejudicada. Cada um dá ao filho o que acredita ser melhor. Com isso, a criança tende a desenvolver dois tipos de comportamento: ou elas aprenderão que obedecer é algo relativo, ou então aprenderão, desde cedo, a manipular um dos pais para obter o que deseja.
Um segundo motivo em relação à imposição indefinida de limites é a confusão e a falta de orientação. Segundo os psicólogos clínicos, doutores Henry Cloud e John Townsend, “o conflito em relação aos limites acontece devido à confusão a respeito da criação dos filhos ou mesmo por problemas pessoais, aonde os pais mesclam limites rígidos e relaxados, acabando por enviar mensagens conflitantes aos filhos.” Conforme ainda Cloud e Townsend, famílias de alcoólatras costumam exibir esse tipo de comportamento. Os doutores Henry Cloud e John Towsend são autores da série de livros Limites, onde abordam o assunto não só em relação ao casamento, como também na relação entre pais e filhos. Entre suas obras, destacam-se Limites Para Ensinar aos Filhos e Criando Filhos Vencedores(Editora Vida). Esse último trata do desenvolvimento do caráter nos filhos e como fazê-lo.


Recuperando o reino perdido
O que fazer para recuperar a posição de autoridade? Como realmente impor limites equilibrados, a fim de que a criança entenda quem realmente manda em casa? “A prevenção sempre foi o melhor remédio”, diz Susie Meire Valadão, psicóloga e psicopedagoga, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG). Susie Meire é esposa do pastor Kaiser Vasconcelos, pastor-líder do ministério da Rede de Adolescentes da Igreja Batista da Lagoinha, e com ele trabalha no ministério. “O primeiro passo”, sugere ela, “é a mudança de atitude”.
O passo seguinte, segundo ela, é a demonstração de amor. “O momento agora não é o do chicote, mas o do conselho”, explica Susie. Uma vez que muitos dessas crianças e adolescentes foram criados sem limites ou com limites em demasia, eles se sentiram abandonados e menosprezados, como se ninguém ligasse para eles, pois tudo o que faziam não tinha a menor importância para os pais. Ela aconselha: “É o momento de os pais mostrarem a eles as conseqüências de suas escolhas”.
O último passo apontado por Susie Meire é a procura por parte dos pais por ajuda de fora, particularmente de um profissional. “O adolescente, nesta fase, valoriza mais as palavras de um amigo do que a dos pais”. E finaliza: “A ajuda pode vir de profissionais ou de amigos de sua confiança, que lhe possam oferecer sábios e úteis conselhos”.
A presente reportagem não tem a pretensão de esgotar o assunto, até mesmo porque é vasto e polêmico. A intenção é a de trazer à reflexão algo que tem preocupado não só os pais, mas os educadores e especialistas sobre o assunto: a falta de limites na educação das crianças. Numa época em que a delinqüência infanto-juvenil é cada vez maior e os valores são cada vez mais relativos, impor limites é algo necessário e urgente. Antes que os pequenos pimpolhos se transformem em pequenos tiranos, e se perpetuem no poder.

::Por Marcelo Ferreira
Jornalista